Reconhecer quem somos durante a quarentena
Faz tempo que estou para registrar os vários ganhos que tive e ainda estou tendo em razão da quarentena. Sim, eu sei, parece até estranho eu falar assim mas se lembrarmos que, em tudo na vida, há dois lados da moeda, podemos de alguma forma, olhar para o lado positivo e tirar bons proveitos e aprendizados desta fase.
Atualmente nossa capacidade de resiliência como também de adiar nossas gratificações está sendo testada ao máximo. Até então estávamos acostumados com o “aqui agora” com a sensação de termos o controle sobre nossos desejos e a felicidade imediata. Um dos aprendizados que tive foi em relação à percepção de que vivíamos de acordo com a velocidade percebida do tempo, a mesma que nos impedia de estarmos no ritmo da vida em si. Logo nas primeiras semanas de confinamento fui sentindo que o ritmo era outro, que a vida passa numa velocidade e que nossas buscas e escolhas são e serão sempre determinantes para o equilíbrio entre o que podemos de fato controlar e o que está totalmente fora de nós.
Passado algumas semanas, comecei a resgatar a minha proatividade diante do tempo que parecia estagnado, sem perspectivas e causador da maior angústia de todos os tempos (OU VOCÊ SE ENCHE DE CORAGEM E SE RESGATA, OU SE ENTREGA LADEIRA ABAIXO). voltei novamente a me dedicar para a Quichérie, como um processo intenso, relacionado à minha essência e ao meu lado criativo. Uma pitada de introspecção e reflexão é sempre bem-vindo. Sabe quando a gente se acolhe e se abraça?
Também revisitei a Consultoria de Imagem, reformulei meu site e criei meu blog. Bingo, meu plano B estava na primeira gaveta da cabeceira, pronto para ser utilizado ao menor sinal de flexibilização da pandemia. Nada será como antes, nós seremos diferentes pelo simples fato de estarmos durante essa fase, nos questionando constantemente. Seja por necessidade ou por opção.
Enquanto a situação do mundo real só piora e as incertezas continuam aí, entendo que a minha experiência de vida, minha coragem e pensamento estratégico são minhas maiores aliadas. Nunca estivemos tão vulneráveis, nunca chegamos tão perto da invisível ameaça e certeza da morte. Enquanto o planeta se ancora em palavras/frases da moda como: reinvente-se, qual é seu propósito, eu fico aqui com os fatos e o foco.
O fato é que passamos a viver mais isolados sem sabermos como viver assim. A solidão tomou conta do prazer de solitude, a cidade ficou deserta assustando até mesmo quem estava seguro, a distância da família, amigos e toda limitação envolvida colocou nossa capacidade de "darmos conta” em questão.
Foi percebendo esse movimento que hoje estou construindo um novo projeto que tem como objetivo o de acolher, escutar e dialogar sobre o que estamos sentindo e vivendo. Acredito que as novas possibilidades, o tal "novo normal” ainda está por vir será descoberto a partir da nossa predisposição em reconhecer quem somos, onde estamos e para onde queremos ir. Batizei de #rodadeconversas
Espero que tenham gostado e que eu tenha despertado reflexão em vocês.
Um beijo carinhoso!